CARTA DOS MENINOS AOS MENINOS:
COMO CONQUISTAR MULHERES
Desde sempre, o homem vem tentando desvendar mistérios como o sentido da vida, a origem do universo e a existência de Deus. Mas nada parece tão complexo quanto a mente de uma mulher. Ok, por que o sucrilhos sempre acaba antes do leite também é bem difícil de entender.
Tem gente que acha que mulher gosta de homem bonito. Outros juram que mulher gosta mesmo é de cara rico. Pura ingenuidade de punheteiro: mulheres gostam de homens que as façam se sentir seguras. Se você for um guarda-costas já sai com vantagem. Se não for, invista na segurança de sua mulher. Ande sempre armado, enrole arame farpado em torno dela. E, se possível, espalhe minas perto dela (calma, ainda não entramos no assunto menáge).
Uma das coisas que faz uma mulher se sentir segura com um homem é ele se impor. Proponha, não sugira. Afirme, não argumente. Se você parecer um pouco canalha, paciência: melhor pecar pela segurança que pela falta dela. Em vez de perguntar: por que você não veste algo menos decotado? Diga: guarde esses peitos antes que algum mendigo faminto venha mamar neles. Em vez de: que tal se a gente fosse à praia, benzinho? Mande: vamos logo para algum lugar onde eu possa botar meus óculos escuros e olhar umas bundas.
Outra coisa que homem nenhum pode esquecer é que elas são muito mais complexas que a gente. Desde a pré-história, o homem teve de ser prático para trazer comida e proteger a casa. Desde então, coube à mulher as tarefas mais filosóficas e questionadoras. É a lei da natureza.
Então, por exemplo, nunca convide uma garota para um chopinho depois do trabalho. Ofereça uma carona até a casa dela. No caminho, note que ela está um pouco triste (não há perigo de errar, toda mulher sempre está, no mínimo, um pouco triste). Argumente que ir para a casa vai fazê-la conviver com a mãe opressora e aumentar o superego dela a proporções insuportáveis. Ótimo: vocês param no barzinho.
Saindo de lá, finja que agora sim vai deixá-la em casa. Então lembre que além da mãe, o pai dela está acordado esperando-a. Esse ciúme dele pode revelar um complexo de Electra escondido. E antes que uma maléfica relação incestuosa se concretize, é melhor que ela faça amor com um homem neutro imediatamente. Aí é só saber o caminho para algum motel. Agora se ela não tem pai nem mãe e mora só com um poodle, melhor. Mais complexidades você vai ter para explorar.
Algo que funciona também é parecer inteligente. Mas preste atenção: pareça inteligente, não seja inteligente. As pessoas inteligentes costumam ser muito chatas e arrogantes para conquistar alguém. Além disso, para conhecer tudo sobre cinema, teatro e literatura, seria preciso anos de estudos. E sem mulheres para interromper. Então, em vez de virar noites na frente de seu aparelho de DVD, leia as críticas especializadas e saia repetindo-as. Se ela não leu, vai achar o máximo. Se leu, vai achar você super antenado. Ainda na questão inteligência, algumas palavras boas para serem usadas: multidisplinar, releitura, performance, sincronismo e sinergia.
Tente ser engraçado. Mulher gosta de caras que a façam rir. Das piadas, não dele. Portanto, esqueça as cantadas baratas e aprenda a dizer coisas divetidas. Seus seios são lindos, já que você tem dois me empresta um? Ou: estou procurando minha alma gêmea, vamos aproveitar enquanto não encontro. E se quiser se dar bem com um casal de lésbicas: já temos algo em comum, odiamos pinto.
Saiba também que a maioria das mulheres fala tudo ao contrário. Dizem não quando querem dizer sim. Maltratam quando querem te fazer um cafuné. A menos que você seja um babaca. Aí todas as mulheres que ignoraram você estavam apenas ignorando mesmo.
E o mais importante de tudo: nunca seja meloso. Este é o papel dela. Discutir a relação é seu atestado de óbito. Seja firme, simples e às vezes tosco. Pense bem: se essa mulher quiser alguém sensível, delicado e cheio de problemas ao lado dela, ela arranja uma namorada.
By Cosme Chagas
Le Monde
O mundo é uma grande piada. Se tem graça ou não, só depende de você! por Juliana Santiago
Quinta-feira, Maio 13, 2004
Quarta-feira, Maio 12, 2004
O DIREITO AO FODA-SE!
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzam com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o Povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz idéia de maior quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática, física. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto dela pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas no caso expressando a mais absoluta negação está o famoso e crescentemente utilizado "Nem fodendo!". Nem o "Não, não e não!" e nem tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, liquida o assunto. Te libera , com a consciência e o ego tranqüilos, para outras atividades de maior interesse em sua vida.
Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Huguinho, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o novo CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.
Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês vêem, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um Puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo.Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:
"Chega! Quer saber mesmo de uma coisa? Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto,você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
Seria tremendamente injusto, em que pesem ainda inexplicáveis e preconceituosas resistências à sua palavra-raiz, não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do PV (Português Vulgar): "Embucetou!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Embucetou de vez!".
Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situaçãoque atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como o comentário de um vizinho para sua esposa ao sacar que no auge da violenta briga do casal da residência ao lado, chegam de súbito a amante, o filho espúrio e o cunhado bêbado com o resultado do exame de DNA: "Fecha a porta que embucetou de vez!".
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair comigo? Então foda-se!.". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a)mesmo? Então foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na constituição brasileira.
Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE!
By Evandro Agostinho